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Sob o meu olhar...

 Sinto uma brisa fria percorrer meu rosto nessa noite fria de Outono. É alta madrugada, 01h30, para ser mais exata. O tic tac do relógio rompe o silêncio da noite... Tenho muito a contar, mas as palavras se escondem de mim. Incerteza que repousa em meus pensamentos vagos... Não é a primeira vez que ouço a história de outro alguém passando por alguma situação delicada com o filho, como sendo uma pessoa precisando de proteção, mesmo já havendo cônjuge que a protegesse. Será que estou projetando um ciclo já vivido? Vivemos em um mundo de comparações ou realmente abraçamos a nossa realidade? Essa história me trouxe um incomodo familiar... O que será que me cerca? Quem realmente tenho ao lado da trincheira? Porque meu olhar está marejado? O que é que há de vir? Quando se tem uma fresta na janela, é sempre curioso a luz lá fora. É preciso cuidado com a janela do nosso coração. 

José Barbosa da Silva

 Não é estranho que na sua história falte um pedaço da história?  Me sinto assim, curiosa pela história que se deu na vida do meu avô após abandonar minha avó com 8 filhos pequenos... As vezes me pergunto se em algum momento da vida ele se arrependeu... Se por acaso se questionou pelos filhos... Se a fuga foi no impulso, mas que as muitas perguntas também o perseguiram em algum momento da vida... Será que teve outros filhos, netos e bisnetos? Quantos anos será que viveu? Será que, as vezes, pensava nos filhos que deixou? Será que lembrava do perfume da minha avó? Da maciez dos cabelos e do olhar meigo? Será que tenho mais tios e primos? Será que ele foi feliz? São inúmeras perguntas sem respostas, uma lacuna aberta que só Deus é quem sabe...

Um dia de cada vez...

 Seguir em frente foi a decisão mais difícil e mais acertada que fiz na minha vida. Apesar dos altos e baixos que, só quem já passou pela depressão sabe: um dia de cada vez. Tive que reaprender olhar a vida com mais delicadeza e gentileza. Refazer trajetos e laços. Permitir a proximidade do novo: novos amigos, novos lugares, novas paisagens. Ser grata por tudo o que tenho e principalmente por quem eu tenho a minha volta. Precisei parar de procurar respostas no vazio do silêncio noturno e aprendi a ouvir o som da rodovia, dos grilos e cigarras... O ruído da noite que, vez ou outra, é rompido por algum latido. Mas principalmente, aprendi a ouvir meu corpo, meus sintomas, quando a tristeza me derruba e a ouvir meu coração. Não é fácil se reerguer e reconstruir, mas sabe Deus? Muito obrigada pela oportunidade e por esse privilégio que é estar viva! Grata sou!

Meu ipê

 Revisitando as páginas da minha memória... Não é fácil seguir em frente quando tudo o que mais queríamos ficou lá atrás. Os dedos ainda recordam o cabelo aveludado, a pele alva e macia... Mãos entrelaçadas, me guardando protegida na calçada... Um olhar que ficou em mim. As folhas do ipê caíram, assim como as lágrimas de saudade em meu coração...